sábado, 25 de agosto de 2012

Neil Armstrong

Habituámo-nos a ver figuras como Cristovão Colombo ou Vasco da Gama nos livros de história, retratados em iluminuras da época. Coisas antigas, com a distância e dimensão das figuras clássicas ou mesmo bíblicas.
Daqui a dezenas ou centenas de anos, alguns dos nossos contemporâneos vão aparecer no mesmo panteão e serão olhados pelos vindouros com o mesmo entusiasmo com que vão decorar as incursões de Aníbal nas várias guerras púnicas.
Hoje morreu um deles. Por mérito e por sorte, tornou-se na figura maior de todas. Fez o salto maior. Fez o impossível. Ficou na história como o maior descobridor de todos os tempos. Todos os que vierem nos próximos milénios, nas próximas estrelas, não vão passar de herdeiros de Neil.
Tornou-se um mito. Pela sua coragem e competência mas também pela sua modéstia e timidez. O próprio sempre disse que não passava de um piloto aviador, engenheiro nerd, que cumpriu o seu dever quando foi preciso e teve a oportunidade.
Hoje, durante o jantar fiz uma declaração às minhas filhas de 8 e 12 anos. Pouca atenção me deram mas no fim, depois de outras conversas, os olhos brilharam e fizeram algumas perguntas como só as crianças sabem.
"Daqui a muitos anos, quando eu já não estiver cá, vocês vão poder dizer aos vossos netos que se lembram do dia em que morreu Neil Armstrong: O meu pai interrompeu o jantar e deu-nos a notícia. Vão-se lembrar de onde estavam e do que comeram. Os vossos netos vão pasmar. Vão perguntar: Tu lembras-te dele? E vocês vão dizer: Claro que sim. O meu pai cresceu a sonhar com isso. Era o herói secreto dele."

NYT: Neil Armstrong, First Man on M

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