"Recentemente, o jornal i perguntou a Vasco Graça Moura qual seria a
sua primeira medida caso fosse ministro ou secretário de Estado da Cultura.
Graça Moura respondeu: "provavelmente seria pedir a demissão", no sentido de que
não quereria ocupar nenhum dos cargos. Carlos Zorrinho, astuto líder parlamentar
do PS, ofereceu à humanidade a sua inter-pretação da frase: dado que o
secretário da Cultura depende do primeiro-ministro, Graça Moura pediu a demissão
do primeiro-ministro durante uma entrevista em que se fartou de o elogiar.
Há dias, o referido Pedro Passos Coelho gritou: "Que se lixem as eleições, o
que interessa é o bem de Portugal", no sentido, talvez fingido, de que se deve
governar no interesse de todos ao invés de o fazer em benefício das próprias
clientelas. Num ápice, o dr. Zorrinho explicou que quem se está a lixar para as
eleições está a lixar-se para os eleitores.
Assim é difícil. Uma coisa é a sofisticação do nosso debate político andar
pelas ruas da amargura. Outra é o deputado Zorrinho conduzir o debate pelos
becos da radical incompreensão. Não tarda, sempre que um membro do governo ou
alguém conotado com o PSD disser "Bom dia!", logo saltará o dr. Zorrinho a
explicar que o sujeito em causa afirmou claramente o nojo ao povo português e o
desejo de que este padeça vítima de calamidades diversas. Para cúmulo, não
adiantará ao sujeito tentar esclarecer o equívoco, já que o dr. Zorrinho usará o
esclarecimento a fim de acusar o infeliz de maldades ainda piores. Consta que o
dr. Zorrinho ensina Gestão da Comunicação. Ensina, não aprende."
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