segunda-feira, 10 de junho de 2013

10 de Junho

A dinâmica das pessoas faz lembrar as ondas do mar, as correntes, as marés.
Regemo-nos por princípios muito básicos, sobrevivência, ganância, vaidade, e preguiça também, mas quando soltamos as forças do todo, ainda conseguindo prever o trajecto já não sabemos onde vamos parar, nem como o fazer. Como as correntes, como as marés.
Por mais que os deterministas sociais, filósofos, políticos, cientistas, teólogos e outros, perscrutam a causa funda das coisas, no pensamento, no sobrenatural e noutros esoterismos, deparam sempre com o inesperado. Como as correntes, como as marés.
A dinâmica económica está bem estudada e monitorizada, mas num intervalo estreito. Quando galgamos as fronteiras do horizonte, até o mais obscuro excêntrico é tão entendido quanto o maior dos convencionais.
Na política vive-se períodos de estabilidade, de alternância entre elementos conhecidos e expectáveis, até que o inesperado, uma crise, uma revolução social, uma guerra, muda tudo. Churchill e De Gaulle perderam eleições sem perder o lugar na História, quando a história deles já era passado. Salazar caiu da cadeira no verão do famoso 68, morrendo dois anos depois sem saber que tinha sido destituído, iludido por uns quantos com não mais lucidez.
Desenganem-se os palpiteiros, os analistas ou mesmo os ainda crentes nos amanhãs cantadores de dias passados, acertivos nas suas verdades, porque o que aí vem não se sabe, nem está escrito. Não há-de ser mau se formos suficientemente inteligentes para não cair nos alçapões do passado nem levados à deriva nas corrente e marés destes novos tempos.

Sem comentários:

Enviar um comentário