Aqueles momentos que partilhamos com alguém que nos é completamente desconhecido nas nervosas horas de espera num banco de hospital, na resolução cooperante da chapa batida de um acidente à chuva numa estrada escura, no conforto do experimentado passageiro do lado daquele tempestuoso voo nocturno. Vomitamos a alma para fora, confessamos como se fosse a última, o mundo pára e escurece à volta, ficamos sob o foco do palco num diálogo improvável e reconfortantemente íntimo.
No dia seguinte, com a armadura da rotina e do conforto dos nossos sítios e gentes, a memória parece um sonho distante. Vimos o outro lado do espelho, a vida alternativa que não o foi. O nosso cérebro enganou-nos, a adrenalina embebedou-nos, não passámos de uns tontos. Ou será que não foi?
Ummm...certeira interpretação de um filme perturbante e de um piano sinistro..very good
ResponderEliminar